Tese de Doutorado Acadêmico

Programa de Pós-graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial

ANÁLISE ESPACIAL

02/04/2020

DESENVOLVIMENTO HUMANO E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL Análise Espacial de Índice de Desenvolvimento Humano por Grade Estatística na Região Metropolitana de Belo Horizonte – MG no início do século XXI

Em decorrência do processo de crescimento urbano desequilibrado, tem-se o surgimento e o agravamento de diversos problemas de ordem socioeconômica e ambiental, com reflexo direto na estruturação espacial e no desenvolvimento humano das populações. Em aglomerados metropolitanos esses problemas são ainda mais acentuados, em que a produção e reprodução do capital, resultam em uma complexa reestruturação socioespacial, impondo desafios maiores à identificação, mensuração e análise do desenvolvimento. Diante dessa “metamorfose” dos espaços urbanos, evidencia-se a necessidade do planejamento regional, de detalhamento e representações da realidade socioespacial, com indicadores que levem em consideração a natureza fragmentada e heterogênea desses espaços. Motivada por esse desafio, a presente pesquisa apresenta uma proposta metodológica para análise espacial e representações cartográficas em recortes espaciais de mesmas dimensões e de grande escala. Para aplicação da metodologia, buscou-se a adaptação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de modo a captar diferenças e mensurar o desenvolvimento humano, em âmbito intrametropolitano, intramunicipal e em escala de detalhe, tendo a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Minas Gerais, como laboratório para o exercício dessa metodologia. Esse índice adaptado pretende dar suporte à análise regional, considerando as peculiaridades locais, sendo composto por indicadores elaborados a partir dos dados censitários de 2010. Ele perfaz as dimensões do desenvolvimento humano associadas ao padrão de vida (renda); de saneamento, vida longa e saudável (longevidade); e de acesso ao conhecimento (educação). Os dados foram trabalhados a partir do processamento e do tratamento da informação espacial, desagregados em unidades espaciais menores e homogêneas, em comparação aos setores censitários ou limites municipais. Essas unidades são células regulares da Grade Estatística do IBGE. Foi possível então cartografar o espaço metropolitano por método dasimétrico, que em conjunto com métodos de análise espacial, evidenciou o padrão centro-periferia na estruturação do desenvolvimento humano e segregação socioespacial da região.

HUMAN DEVELOPMENT AND SOCIO-SPACE SEGREGATION Spatial Analysis of the Human Development Index by Statistical Grid in the Metropolitan Region of Belo Horizonte – MG at the beginning of the 21st century.

As a result of unbalanced urban growth process, several socioeconomic and environmental problems emerges and get worse, with a direct reflection on spatial structuring and human development of populations. In metropolitan conglomerates these problems are even more pronounced, in which the production and reproduction of capital, result in a complex socio-spatial restructuring, imposing greater challenges on the identification, measurement and development analysis. Given this "metamorphosis" of urban spaces, can be evidenced the need for regional planning, detailing and representations of socio-spatial reality, with indicators that take into account the fragmented and heterogeneous nature of these spaces. Motivated by this challenge, the present research presents a methodological proposal for spatial analysis and cartographic representations in spatial cutouts of the same dimensions and large scale. To apply this methodology, was adapted the Human Development Index (HDI) in order to capture differences and measure human development, at the intra-metropolitan, intra-municipal levels and detailed scale, with the Metropolitan Region of Belo Horizonte (RMBH), Minas Gerais, as a laboratory for the exercise of this methodology. This adapted index aims to support regional analysis, considering the local peculiarities, consisting of indicators elaborated from the census 2010 data. It makes up the dimensions of human development associated with living pattern (income); sanitation, long and healthy life (longevity); access to knowledge (education). The data were elaborated from the processing and spatial information treatment, disaggregated in smaller and homogeneous space units, compared to census sectors or municipal boundaries. These units are regular cells of the IBGE Statistical Grid. It was possible to map the metropolitan space by dasymetric method, which together with spatial analysis methods, evidenced the center-periphery pattern in the structuring of human development and socio-spatial segregation of the region.