Dissertação de Mestrado Acadêmico

Programa de Pós-graduação em Psicologia

PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO

18/12/2019

A concepção de neurose obsessiva e sua articulação com o conceito freudiano de supereu

A proposta que orientou esta pesquisa foi compreender como Freud construiu a “noção diagnóstica” de neurose obsessiva, suas movimentações teóricas e clínicas. Também, foram trabalhados fragmentos do caso clínico clássico freudiano: “O homem dos ratos”. Esta investigação, considerada uma abordagem teórica, procurou mapear no texto de Freud o tema da neurose obsessiva e autores secundários na literatura especializada, e, ainda, refletir a partir de casos da literatura psicanalítica. O referencial teórico se trata de um conjunto de metodologias que envolvem diferentes referências epistemológicas; ou seja, uma revisão teórica sobre a ideia da psicanálise freudiana com relação ao conceito de neurose obsessiva. Para isso, mostrou-se relevante elucidar sobre o que a Psiquiatria do século XVIII chamou de “obsessões”, mas, principalmente, aclarar as investigações iniciais de Freud em 1894. Nesse momento, preocupava-se com a etiologia da histeria e alguns fenômenos da neurose obsessiva, mas o conceito de neurose obsessiva ainda não estava maduro. A partir de 1909, data da publicação do “homem dos ratos”, tornou possível a compreensão da estrutura da neurose obsessiva. Sendo assim, foram destacados, ao longo deste trabalho, alguns sintomas considerados nucleares e, por isso, primordiais nessa neurose. O trabalho freudiano de 1923 se apresenta muito relevante para essa compreensão ao anunciar os conceitos de Isso, Eu e Supereu. Mediante a investigação, foi possível perceber que esses conceitos apresentam estreita relação com a neurose obsessiva e se apresentam como um objetivo importante para o entendimento daquilo que foi nomeado como raiz da neurose obsessiva.

The conception of obsessive neurosis and its articulation with the Freudian concept of superego

The proposal that guided this research was to understand how Freud built the “diagnostic notion” of obsessive neurosis, its theoretical and clinical movements. Fragments of the classic Freudian clinical case: “The man of the rats” were also worked on. This investigation, considered a theoretical approach, sought to map in Freud's text the theme of obsessive neurosis and secondary authors in specialized literature and still reflect from cases of psychoanalytic literature. The theoretical reference is a set of methodologies that involve different epistemological references, that is, a theoretical review of the idea of Freudian psychoanalysis in relation to the concept of obsessive neurosis. To this end, it was relevant to elucidate what 18th century psychiatry called “obsessions”. But mainly to clarify the initial investigations of Freud in 1894. At that time he was still concerned with the etiology of hysteria and some phenomena of obsessive neurosis, but the concept of obsessive neurosis was not yet mature. From 1909, the date of publication of the “man of the rats” made it possible to understand the structure of obsessive neurosis. Thus, some symptoms considered to be nuclear and therefore primordial in this neurosis were highlighted throughout this work. The Freudian work of 1923 is very relevant for this understanding when announcing the concepts of Id, Ego and Superego. Through the investigation it was possible to realize that these concepts are closely related to obsessive neurosis and presents itself as an important goal for the understanding of what was named as the root of obsessive neurosis.